quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Por que a Embrapa não é uma autarquia especial, ainda?

Porque existe um grupo de pessoas na Embrapa que estão alinhadas politicamente a interesses externos e que sempre se beneficiaram do atual modelo de empresa em concorrente prejuízo aos empregados. Esse prejuízo fica mais evidente principalmente para aqueles de maior nível intelectual, e por consequência de maior estatus salarial a exemplo da classe de pesquisadores. É um fato que passa imperceptível àqueles que sempre se pautaram no trabalho na expectativa de um dia, ao findar de uma longa jornada, poder aposentar-se dignamente. Só que a constatação é dolorosa no momento da aposentadoria e se reflete para sempre em toda família do empregado. E como aposentado não tem vez e nem voz, não adianta se lastimar depois. Em várias ocasiões, sem o conhecimento da maioria dos empregados, foi dado à Embrapa pelo Governo a possibilidade de mudança do seu regime jurídico de direito privado (empresa) para direito público (autarquia). A última ocorreu no governo Lula, mas em nenhuma delas os empregados tomaram conhecimento. O Sinpaf sempre foi informado dessas possibilidades que jamais foi levada ao debate com os empregados, talvez por desinteresse econômico e político ou mesmo por alinhamento com a elite dominante da própria Embrapa. A Ceres foi e será um dos grandes entraves dessa mudança. Um seleto grupo se beneficia dela com salários estratosféricos, enquanto a maioria dos assistidos (os que estão na base e na ponta da pirâmide salarial) se veem irremediavelmente prejudicados. E isso pode mudar? Ainda pode, depende de cada um de nós! Os empregados antigos, detentores de salários superiores a quinze mil reais, entre os quais se incluem os pesquisadores, jamais se desligarão da Embrapa. Principalmente agora que percebem a aposentadoria do INSS e continuam trabalhando. A causa de se eternizarem na Embrapa está na violenta queda de rendimento caso se aposentem pela Ceres, que não atende mais as expectativas, cujo teto de complementação está muito aquém da remuneração do empregado em atividade. Com isso a empresa terá um grave problema social em futuro próximo por abrigar em seu quadro pessoas avançadas na idade e sem condições de trabalho, se já não as tem atualmente, como vítimas de um modelo falido. O maior constrangimento dessa situação está no fato da Embrapa funcionar como uma instituição pública de direito público para todos os efeitos de direito, ou seja, desde a promulgação da Constituição Federal em 1988 ela se porta como uma autarquia observando a exigência de concurso público, da lei de licitação para aquisição de bens e serviços, da lei de responsabilidade fiscal e de todas amarras inerentes ao serviço público. Ela só é empresa na hora de aposentar seus empregados, e apesar de tudo isso as pessoas ditas esclarecidas se calam agora para se lastimarem amargamente depois. Autor: Freitas Visite e participe do nosso blog, acesse: http://autarquiaembrapa.blogspot.com.br/

2 comentários:

  1. Gostaria de perguntar blog por que a CERES não disponibiliza o balanço com o lucro líquido hein? Se somos colaboradores, onde está os meus dividendos? Porque é uma instituição que só dá lucro, por que não reverte os dividendos para aumento do fundo de aposentadoria dos colaboradores? Estamos sendo enganados!

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  2. Pelo que entendi, caso a Embrapa tivesse sido transformada em autarquia, seus empregados aposentariam com a remuneração integral como acontece com os servidores públicos. Como somos celetistas, vamos aposentar com o teto de 4 mil reais bruto do INSS e mais 6 ou 7 mil bruto da Ceres, que após o desconto de imposto de renda e de previdência vai sobrar líquido uns 6 mil reais.
    A gente constata que a aposentadoria dos pesquisadores em fim de carreira despencará para 1/4 do que recebem em atividade. Agora fica claro entender porque a mensagem diz que eles jamais se aposentarão. O SINPAF precisa se posicionar porque isso é uma loucura, a situação é extremamente preocupante.

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